quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Falácias na crítica ao Princípio Regulador

Muitos criticam a Salmodia Exclusiva afirmando que os Saltérios elaborados pelas Igrejas Reformadas não são a mesma coisa que os Salmos da Escritura; eles nos criticam dizendo que o Saltério é uma composição humana baseada na Escritura. Ora isto é uma falácia: muitos Saltérios (os mais prezados) em uso pelas Igrejas Reformadas são, em verdade, uma tradução metrificada dos Salmos, do original em Hebraico para o idioma da congregação. Da mesma forma como a King James é uma excelente tradução da Escritura, não sendo inspirada mas sendo suficientemente confiável para ser usada no ensino, o Saltério Escocês, por exemplo, é suficientemente confiável para ser tomado como Escritura. As justaposses, as repetições, as inversões, todas são colocadas nos Salmos destes Saltérios sem contrariar o texto original mas como formas de tradução do mesmo e, algumas vezes, mostrando mais amplamente o significado do texto original do que uma tradução sem métrica faria. Pode ser que, um dia, uma tradução melhor do que a King James venha a ser feita; da mesma forma temos o dever de trabalhar para termos sempre um Saltério mais preciso, sem sacrificar a métrica, a poesia e o conteúdo. Entretanto, nenhuma tradução é perfeita; sempre há algo que escapa no processo. Assim, os Ministros tem o dever de conhecer os idiomas originais e, na leitura e exposição da Palavra, ensinar a congregação a compreender corretamente a tradução tendo em vista o significado do texto original - seja a tradução a ser lida, ou a tradução a ser cantada.

Agora, há um abismo intransponível entre uma tradução metrificada da Escritura, usualmente revisada através dos séculos pela Igreja, e uma invenção humana criada sobre as emoções, sentimentos e cultura de uma criatura decaída.

Princípio Regulador

Infelizmente, sempre haverá hipócritas na Igreja - sempre haverá aqueles que professam uma doutrina reta, praticam um Culto ordeiro, tem toda a forma e a aparência da piedade, porém não nasceram do alto, não foram gerados de novo, pelo Espírito na Palavra de Cristo. Portanto obviamente haverá aqueles que tem um Culto Puro, segundo a Palavra de Deus, mas não tem um coração sincero. Entretanto, o fato de existirem hipócritas na Igreja não é motivo para que alguém procure outra congregação, nem para que alguém use isto como desculpa para não manter um Culto conforme a Escritura ordena.

Deus nos deu uma Palavra suficiente na Escritura. Isto significa que a Escritura comanda suficientemente sobre o Culto e não precisamos, nem devemos, acrescentar nada ao Culto que a Escritura não determinou para o Culto. Não devemos acrescentar ao Culto aquilo que "sentimos" ser mais agradável, para nós ou, supostamente, para Deus.

Ao mesmo tempo, não é possível ter um coração sincero para com Deus se adoramos ao Senhor de uma forma que Ele não comandou. Um coração sincero é zeloso da Palavra, zeloso da Glória de Deus; não descansará de sua constante busca ao Senhor; encontrará na Sua Palavra, a ordem para adorar ao Senhor sob Seu estrito comando, não escapará de uma inflamada Paixão pela Pureza - inclusive na forma do Culto. Por muitos anos eu cultuei em congregações onde Instrumentos Musicais eram utilizados no Culto; onde Hinos de composição humana eram utilizados. Contudo, como o Senhor me deu crescimento em Sua Graça, pela Palavra, no santo uso de piedosos mestres, eu entendi que Ele não se agrada, no Seu Culto, do uso das velhas sombras; Ele deseja um Culto em toda novidade de Vida da Nova Criação em Cristo Jesus - um Culto sem incenso, sem procissões, sem vestes sacerdotais, sem levitas, sem instrumentos musicais! Um Culto somente com aquilo que Ele mesmo ordenou para Seu agrado, para que Cristo fosse o início e o fim da Solene Assembléia dos Santos. Um Culto sem Hinos de composição humana, mas somente com Salmos. Um Culto no Sabbath Cristão, sem invenções como Natal, e Páscoa "Cristã".

A Escritura é suficiente para o Culto, para instruir sobre o Culto e para preecher o conteúdo do Culto. Cantamos Cristo no suficiente Saltério que Deus nos deu; oramos a Cristo como nosso único Mediador, sem levitas ou outros intermediários; ouvimos a Pregação que o Espírito ilumina o Ministro a entregar, a Pregação de Cristo em toda a Escritura, a vera Profecia do Novo Testamento.